O homem é um ser pré-disposto a religiosidade1. Não há
pessoa que em sua mente não haja um senso de divindade. É impossível não crer
em nada, mesmo para quem se diz ateu. Quem aceita o darwinismo, o big bang ou
qualquer teoria científica, aceita por fé.
Mas qual seria a diferença da fé, a qual o homem está
pré-disposto, à verdadeira fé que nos leva a Deus?
"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus." Efésios 2:8
Bom, em primeiro lugar devemos ressaltar que por natureza o
homem é um ser decaído pelo pecado de Adão. O pecado original o corrompeu em
sua totalidade e assim seu senso de religiosidade tende a leva-lo a superstição,
a idolatria e hipocrisia. Somos como um objeto qualquer, que devido à força
gravitacional é atraído para a terra e caso uma força de maior intensidade e
sentido oposto não haja sobre ele, por terra ficará. Essa é a primeira
diferença em relação à fé que nos leva a Deus. A fé salvística provém de Deus.
Ela faz parte da intervenção divina para a salvação do homem.
"Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação." Tiago 1:17
Assim, a fé que nos salva é viva, enquanto qualquer outra fé
é morta em si mesma. A fé viva está
acompanhada dos frutos do espírito (Gálatas 5v22). A fé morta está acompanhada
das obras da carne (Gálatas 5v19-21). A fé que nos traz comunhão com Deus tem
vinculo com o amor e a esperança (I Coríntios 13v13). A fé que uma vez foi dada
aos santos (Judas 1v3) está centrada no sacrifício de Jesus e seu objetivo é a
glória de Deus. Em contraposição a fé morta busca a sua própria glória.
A plenitude da fé se manifesta em amar a Deus sobre todas as
coisas e ao próximo como a si mesmo (Mateus 22v37-39). Tiago, em sua carta, discorre
sobre as evidencias da fé a partir desse princípio. A fé morta gera uma falsa religiosidade.
A fé viva gera a religião pura e imaculada.
Dentre os cristãos, há os que não possuem a verdadeira fé,
estes formam um cristianismo paralelo, exercitam-se corporalmente e não em
piedade (I Timóteo 4v8). Contudo não convém a nós o julgamento, Deus conhece
quem são Seus filhos. A semente da fé no coração dos justos faz que estes produzam
seus frutos na estação própria, mas os ímpios são como a moinha que o vento
espalha (Salmos 1v3-4).
Que o Senhor possa mais e mais transformar os nossos
corações e nos firmar na fé. Busquemos sua misericórdia.
1 – Institutas Volume 1, capítulos III e IV.
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