quarta-feira, 28 de maio de 2014

Que fazes aqui Elias?

Em tempos como o nosso, onde a Igreja de Cristo é assaltada por tantos problemas - onde homens usurpam o lugar de seu verdadeiro Mestre, as fracas obras do legalismo se impõem ao lugar do verdadeiro sacrifício que nos dá paz com Deus, nega-se a autoridade das Escrituras, o Evangelho é distorcido, o pecado relativizado, o antropocentrismo ascende e multidões são lançadas ao erro - entristecem-se os que com sinceridade vivem para glória de Deus e propagação do Seu reino.

Nessas horas, os exemplos dos grandes homens de Deus registrados nas Escrituras e na história da Igreja, servem de ferramenta divina para o nosso consolo.
Nas nossas tristezas, esses exemplos nos mostram que Deus se usa das nossas vidas, que não estamos sozinhos no peregrinar e que nada nos pode separar do amor de Deus em Cristo Jesus.

Zimbro
Elias, o profeta, se entristeceu pelo pecado do povo de Israel, achava-se estar sozinho e, debaixo de um zimbro, buscou a morte. Mas sua missão não podia se encerrar ali, de uma maneira especial, o Senhor lhe preparou alimento para que caminhasse até o monte Horebe. O que Elias, até aquele momento debaixo do zimbro, não sabia, era que ele ainda seria instrumento de Deus para constituir reis e profeta, e o principal: o Senhor tinha reservado para si sete mil que não se prostraram ante a falsa religião.

Uma característica interessante de Elias, assim como de outros servos de Deus, é a repulsa ao pecado. Embora ele possuísse uma natureza pecaminosa como nós – ler Tiago 5v17 – ele abominava o pecado. 

Jonas também tinha repulsa ao pecado, e errou por tentar se esquivar de sua missão. Talvez ele se achasse incapacitado de pregar a condenação a uma cidade tão pecaminosa. Mas mesmo assim Deus o usou em Seu propósito (quem pode frustrar os Seus planos?). No ventre do animal marinho, o profeta fugitivo foi figura do Filho de Deus. Em terra, sua pregação, foi instrumento do Altíssimo para o arrependimento e fé de muitos.

Em sua vaidade, Jonas se entristeceu por não ver a cidade destruída, aliás, ele suspeitava que o intento de Deus fosse salvar aquele povo. Mas assim como a nós, o próprio Senhor usou dos meios necessários para modelá-lo conforme Sua vontade.

Termino este texto com uma frase do puritano John Owen (1616 – 1683):
“Os Cristãos não devem ficar surpresos ou desanimados se Deus lhes der uma tarefa que parece estar além de suas capacidades.”

3 comentários:

  1. Ótimo texto, primo.

    A referência a Jonas é muito interessante, e me fez meditar muitas vezes no assunto.

    Vemos nos Ninivitas, um povo que não conhecia o Deus de Israel. Nínive era capital do Império Assírio, na época contemporânea de Jonas, era a maior cidade do mundo e capital do maior império do mundo.

    Os Assírios criam em vários deuses. Cada cidade do império era devota de um deus específico, sendo Assur o principal deus assírio. Ele era o deus Sol e deus da Guerra.

    Porém a deusa de Nínive era Ishtar, uma deusa da fertilidade, amor, guerra e sexo.

    Mesmo assim, Deus se importou com os pecados dos assírios, de maneira que enviou Jonas, um homem de um povo subjugado aos assírios, porém livre mas em posição social inferior, ir pregar o arrependimento aos ninivitas.

    Como Jonas iria pregar aos conquistadores de seu país, falando de modo que ouvissem o que ele dizia?
    Compreendo que aí entra a parte de Jonas ir parar dentro da baleia e por fim ser vomitado na praia, vivo, de maneira que os povos pudessem ver em Jonas, “um enviado dos deuses”, pois nunca um homem vivo saiu de dentro de um peixe (e sabe lá Deus se existirá outro ainda. rsrsrs) e assim ouvir a sua pregação.

    O povo se arrependeu (converteram-se de sua violência e maus caminhos) e Deus os perdoou. "E não hei de Eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil homens que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e também muitos animais?" (Jn 4:11)

    Mas, não há referências históricas e bíblicas que diz que o povo se converteu ao Judaísmo...

    Tem um texto excelente do Zé Luis sobre isto. Se me permite copiarei abaixo o link:

    http://www.cristaoconfuso.com/2012/10/ele-tem-um-plano.html

    Abraços primo.
    Deus te abençoe.

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    1. Primo, sobre a conversão dos ninivitas, acredito eu, que embora eles não se tornassem participantes do Judaísmo como religião, e que de certo as gerações posteriores se desviassem, aquela geração realmente creu no Deus pregado por Jonas, conforme está escrito:

      “E os homens de Nínive creram em Deus; (...)” Jonas 3:5

      Talvez a idolatria daquele povo esta incluída no “mau caminho” deles.

      Tenho duvidas sobre o local onde o animal jogou Jonas, acredito que não foi diretamente em Nínive, pois após esse episódio veio pela segunda vez a ordem divina para ele se direcionar para lá. Mas esse detalhe não é relevante.

      Um grande abraço primo! Saudações a todos!
      Danilo

      Do Senhor vem a salvação. Jonas 2:9

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  2. Sem dúvidas creram.
    Esta passagem me faz lembrar também dos Atenienses e o "Deus desconhecido".

    Então, no mapa no link, mostra que o Império Assírio tinha praias mediterrâneas aonde hoje correspondem as costas da Turquia e Síria.
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Ass%C3%ADria#mediaviewer/Ficheiro:Map_of_Assyria-pt.svg

    Já Nínive ficava nas margens do Rio Tigre, hoje Iraque, local distante cerca de 900 km da costa mediterrânea.
    http://onerdcristao.com.br/blog/wp-content/uploads/2011/08/mapaniniveeur.jpg

    Mas de tudo isto, o que me alegra é ver por estes exemplos que Deus se importa com pessoas que teoricamente nada tinham a ver com o "seu povo".

    Na Bíblia ainda vemos Melquisedeque Sacerdote do Deus Altíssimo, Jetro sogro de Moisés, Ciro o persa, Naamã o sírio, bem como a condução de Deus aos êxodos dos filisteus em Caftor e dos sírios em Quir que nada tinham a ver com o povo de Israel, mas Deus se importou com tais. E isto no Velho Testamento, mas depois também como o Senhor Jesus se relacionava com samaritanos, sirio-fenícios, romanos, terminando com nós, "Gentios".

    Enfim, perdoe-me, acabei por me estender. Esse assunto me fascina! rsrsrs

    Abraços meu querido.
    Saude o papai, a mamãe e tua irmã.

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