Nos últimos anos as igrejas da Congregação Cristã no Brasil passaram a construir pequenos “sepulcros” nos próprios terrenos das casas de oração reservados para se enterrar as sobras das Santas Ceias e em muitas localidades, após o culto com Santa Ceia, a comunidade é convidada para acompanhar algum irmão do ministério “sepultar o corpo do Senhor”.
Tal prática é um erro gravíssimo à luz das Escrituras.
No momento da Santa Ceia - embora as substâncias dos elementos se mantenham as mesmas - os fieis em verdade comem do corpo e bebem do sangue do Senhor pela fé, de uma forma espiritual, pois o Senhor se faz presente entre eles. I Coríntios 10:16
Mas ao fim do serviço dizer que irão “sepultar o Senhor" é errado pelos seguintes motivos:
- Deus, o Pai, ressuscitou o Filho cumprindo a profecia que o corpo do Messias não veria a corrupção, ou seja, não seria deteriorado - Atos 2:31-32;
- As discípulas chegaram ao sepulcro foram recebidas pelos anjos: "Por que buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou" - Lucas 24:5-6;
- O mesmo corpo que foi ferido pela lança do soldado, coroado de espinhos, atravessado de cravos, foi glorificado ao ressuscitar de modo que deixou de ser limitado pelas barreiras físicas, mas que mantinha as marcas das feridas conforme o Senhor mostrou aos apóstolos e com esse mesmo corpo (uma vez ferido e depois glorificado) o Senhor subiu aos céus onde intercede pela Igreja - Ev. João 20:27, Hebreus 7:24-27;
- E por fim as Escrituras ensinam que Jesus é o primeiro da ressurreição e que a exemplo dele os fieis serão também ressuscitados e glorificados - I Coríntios 15:20, I Tessalonicenses 4:14.
Logo, quando dizemos que vamos “sepultar o corpo do Senhor” quebramos diversas doutrinas bíblicas: desde que o corpo do Senhor não seria deteriorado até o seu ministério de intercessão.
Se o Pai tirou o Filho do sepulcro, por que vamos sepultá-lo novamente?
“E até importa que haja entre vós heresias, para que os que são sinceros se manifestem entre vós.” I Coríntios 11:19