Desde criança costumo ouvir uma frase que me causa certa estranheza. Algumas pessoas, ao passarem por problemas cotidianos, dizem que exigem de Deus, caso tenham “crédito” com Ele, que lhes atendam suas necessidades.
A questão é: quem teria “crédito” com Ele?
1. Qualquer boa obra que se realize é insuficiente para agradar a Deus conforme é exigido em Sua lei.
“Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” Isaías 64:6
2. Por mais que fizermos o que é bom, estamos simplesmente cumprindo o que nos é devido fazer.
“Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.” Lucas 17:10
3. Toda boa obra em nós provém do próprio Deus e, portanto, não nos dá crédito algum a não ser aumentar nossa dívida a divina graça.
“Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” Tiago 1:17
4. O homem é incapaz de pagar sua própria dívida com Deus e o próprio Verbo teve que se encarnar, assumindo nossa natureza, e se oferecer ao Pai para pagar nossa dívida.
“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.” Colossenses 2:14
5. O homem é criação de Deus, e logicamente, não lhe é credor.
“Por que quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado?” Romanos 11:34,35
Jó, um símbolo de boa moral na Bíblia, ao ser afligido, tentou argumentar de que não merecia estar em miserável estado, utilizando sua justiça. Qual, porém, foi a resposta divina?
“Porventura o contender contra o Todo-Poderoso é sabedoria? Quem argüi assim a Deus, responda por isso.
Então Jó respondeu ao Senhor, dizendo: Eis que sou vil; que te responderia eu? A minha mão ponho à boca.” Jó 40:2-4
Nas nossas dificuldades, resta-nos, como Jó, confessarmos nossa decadência e recorrermos à misericórdia divina.
“Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.” Romanos 11:36