sábado, 25 de janeiro de 2014

Houve Um...

Carrie Breck
Segue alguns comentários sobre um dos mais belos e profundos hinos cantado em nossas santas ceias, mas que geralmente passa despercebido. Nos “hinos de louvores e súplicas a Deus” chama-se “Foi por mim que morreste”. É uma tradução da versão italiana do ancião Massimiliano Tosetto (1877-1948): “Sulla Croce per Me”. A versão original “Nailed to the Cross” 1899 é de autoria da senhora Carrie Breck e composição de Grant C. Tullar.

Carrie Elizabeth Ellis Breck (1855-1934) - Nasceu em Walden ao norte de Vermont, mudando-se com sua família para  Vineland, New Jersey, em 1863. Casou-se com Frank A. Breck em 28 de maio de 1883. O casal teve cinco filhas. Foram membros da “First Presbyterian Church of Vineland”.  A família Breck mudou-se para Portland, Oregon em 1914, onde Carrie permaneceu até sua morte em 1934.

G. C. Tullar
Grant Colfax Tullar (1869-1950) – Sua mãe faleceu quando ele tinha apenas dois anos. Seu pai, empobrecido e impossibilitado de trabalhar após ser ferido na guerra civil americana, repartiu os noves filhos entre vários parentes. Grant passou por várias casas até chegar a morar na casa de um homem que não era seu parente e o maltratava. Fugiu e ainda criança trabalhou em uma fábrica de lãs. Na adolescência se entregou aos vícios e aos 18 anos numa noite de inverno bêbado e desesperado quase se lançou de uma balsa ao mar, um idoso o conteve e a partir desse momento resolveu buscar a Deus. Aos 19 ele se converteu ao metodismo em uma reunião campal. Frequentou a Hackettstown Academy em Nova Jersey. Ordenado ministro metodista, ele pastoreou por um curto período de tempo em Dover, Delaware, em seguida, tornou-se um evangelista em tempo integral. Em 1893, ele e Isaac Meredith fundaram a Tullar-Meredith editora de música em Nova York.


A letra deste hino em seu original apresenta alguns detalhes sobre a obra de salvação, meus comentários a seguir sobre cada uma das três estrofes podem ser básicos, entretanto, acredito que sejam necessários a muitos.

Justificação
1. Houve Um que estava disposto a morrer em meu lugar,Que [hoje] uma alma tão indigna pode viver;E o caminho da cruz, dispôs-se a trilhar,Para perdoar todos os pecados da minha vida.

O homem é um ser decaído, está morto no pecado de Adão, a profecia de que morreria caso comesse do fruto da arvore da ciência do bem e do mal se cumpriu com sua desobediência, permanecendo debaixo da condenação eterna. Deus é santo, Deus é justo, como agradar a Ele? Através de Moisés, Deus lhe trouxe a lei, que indicava a perfeita obediência que realmente Lhe agradaria. Mas por ser morto e decaído, homem algum a cumpriu. Mas espere, “houve Um que estava disposto a morrer em meu lugar.” Jesus Cristo, o Cordeiro imaculado, o Leão da tribo de Judá, verdadeiro homem, verdadeiro Deus, cumpriu por inteira a lei em nosso lugar, e para nos justificar se ofereceu em sacrifício ao Pai. (Ver Isaías 53).

Refrão: Estão cravados na cruz! Estão cravados na cruz!
Oh, quanto Ele estava disposto a suportar!Com qual angústia e perda Jesus foi a cruz,
Mas, lá, levou meus pecados consigo.

“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.” Colossenses 2:14
As bênçãos de Deus estavam reservadas a quem guardasse a lei por completo, aos transgressores (todos nós) estava reservada apenas a maldição (Ver Deuteronômio  27 e 28). Mas como disse Paulo aos Gálatas: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;” Gálatas 3:13.

Santificação
2 Ele é terno, amoroso e paciente comigo,
Enquanto purifica meu coração da escória;
Mas “nenhuma condenação há” — Eu sei que sou livre, Pois os meus pecados estão todos cravados na cruz.

Esse versos nos descrevem de uma maneira objetiva e clara, porém completa e elegante o que é a obra de santificação nas nossas vidas. Aquele O qual morreu em nosso lugar para nos justificar é Quem com paciência tira a escória do pecado do nosso coração. Nesta vida a santificação é contínua, mas incompleta, por isso esperamos que no retorno de Jesus nosso corpo seja transformado à semelhança de Seu corpo glorificado, quando então seremos livres de nossa natureza pecaminosa, referida na bíblia como “carne”. Mas apesar de toda a nossa imperfeição, pois pecamos continuamente contra os preceitos de Deus, sabemos que “(...) agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Romanos 8:1. É a esse trecho que a autora faz referência nas palavras entre aspas da segunda estrofe.
E mas adiante no capitulo 8 aos Romanos: “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. Romanos 8:33-34. (Leia o capitulo inteiro).

E o que nos resta fazer?
3. Vou me apegar ao meu Salvador e nunca O deixar,
Viverei alegremente a cada dia,
Com uma canção em meus lábios e uma canção em meu coração,
Que os meus pecados foram levados.

As palavras do próprio Salvador podem concluir o raciocínio sobre o sentimento de gratidão produzido nos corações dos remidos descritos nesses versos:
“As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão.” João 10:27-28.

“Ao Cordeiro de Deus, sempre glória darei, pois do céu, veio para salvar; Ao meu bom Salvador sempre exaltarei; Santas bênçãos me faz desfrutar.”

Os dados biográficos dos autores foram obtidos em:

O hino original em inglês e a partitura podem ser obtidos em: