terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Venite adoremus, Dominum.

Por Danilo Souza

“Vinde, cantemos ao SENHOR! Cantemos com júbilo à rocha da nossa salvação!” 
Salmos 95:1

Conjunto de metais alemão ESBRASSIVO interpretando Adeste Fideles

Adeste Fideles - Origem
Não há consenso sobre a autoria deste belo hino1, porém, na maioria das vezes é atribuída – tanto a música quanto a letra em latim - ao músico inglês John Francis Wade (c. 1710-1786). Alguns o atribuem ao rei João IV de Portugal2 (1604-1656). A música já foi atribuída a vários outros, entre os quais: John Reading, Sr., John Reading, Jr. (1677-1764), Handel e Marcos Antonio da Fonesca (1762-1830). Com tudo, existem cerca de cinco manuscritos deste hino assinados por Wade, incluindo o “Cantus Diversi pro Dominicis et Festis”.
Na Inglaterra foi publicado pela primeira vez em “Essay or Instruction for Learning the Church Plain Chant” (Londres, 1782) por Samuel Webbe.
Existem dezenas de traduções para o inglês, entre elas está a de Frederick Oakeley (1802-1880) “Ye Faithful, Approach Ye” em 1841, esta é a base para a versão mais popular desse hino “O Come, All Ye Faithful”.

Comparação da primeira estrofe:

i - Original em latim
Adeste, fideles, laeti triumphantes;
Venite, venite in Bethlehem.
Natum videte, Regem angelorum:
Venite adoremus, venite adoremus,
Venite adoremus, Dominum.

ii - Frederick Oakely, versão de 1852
O come, all ye faithful,
Joyful and triumphant,
O come ye, O come ye to Bethlehem;
Come and behold Him
Born the King of angels;
O come, let us adore Him,
O come, let us adore Him,
O come, let us adore Him,
Christ the Lord.

iii - James Theodore Houston 4(1881)
Ó! Vinde fiéis, triunfantes e alegres,
Sim, vinde a Belém, já movidos de amor!
Nasceu vosso Rei, o Messias prometido,
Ó! Vinde, adoremos!
Ó! Vinde, adoremos!
Ó! Vinde, adoremos ao nosso Senhor!


Oh! Que Fundamento
O atual hino 305 dos “hinos de louvores e súplicas a Deus” utiliza a mesma música do “Adeste Fideles”, porém, a poesia é tradução de “How Firm a Foundation” através de sua versão em italiano “Il Vero Fondamento”.  O hino “How Firm a Foundation” assim como o “Adeste Fideles” é atribuído a vários autores: John Keene, Kirkham ou John Keith. No “Inni di Lode”, hinário da ADI, é atribuído a autor anônimo.

Numeração nos hinários utilizados pela Congregação Cristã no Brasil:
Inni e Salmi Spirituali – 1924 – “Il Vero Fondamento” – n° 306
Nuovo Libro d’Inni e Salmi Spirituali – 1928 - “Il Vero Fondamento” – n° 287
Hymnos e Psalmos Espirituaes n°2 – 1936 - “Oh! Que Fundamento” – n° 93
Hinos de Louvores e Súplicas a Deus n°3 – 1951 - “Oh! Que Fundamento” – n° 20
Hinos de Louvores e Súplicas a Deus n°4 – 1965 - “Oh! Que Fundamento” – n° 288
Hinos de Louvores e Súplicas a Deus n°5 – 2013 - “Oh! Que Fundamento” – n° 305

Il Vero Fondamento

1.  Oh! qual fondamento abbiam nel Signore,
Egli è quella Rocca che il cielo ci aprì,
Cos'altro vogliamo dal buon Salvatore?
Viviam nel Suo amore, per fede ogni dì!

2.    Se pur per il fuoco dovremo passare,
La man del Signore ci libererà;
Se in onde furiose dovrem traversare,
Sua grazia efficace bastarci potrà.

3.    O piccola greggia, deh! più non temere,
Ai Suoi Gesù dice nel santo Evangel:
V'ho eletti dal mondo e dal suo potere,
Per farvi gli eredi del regno del ciel.

4.    Eterna mia Rocca, mio Eterno Signore,
Io so che il mio bene procede da Te;
Tu sol sei l'aiuto propizio a ogni cuore
Che vive in Te solo, e Ti onora con fé.

Algumas referências bíblicas:
1ª estrofe: 2 Timóteo 2:19 / 1 Coríntios 3:11 etc.
2ª estrofe: Isaías 43:2
3ª estrofe: S. Lucas 12:32
4ª estrofe: Salmos 28:7


Paralelo entre as letras utilizadas nesta mesma música:

Em “How Firm a Foundation” a 3ª estrofe do poema:

Fear not, I am with thee, O be not dismayed (...)”

faz referencia a Isaías 43:5.

“Não temas, pois, porque estou contigo;”

Porém na versão em italiano, este trecho faz referência a S. Lucas 12:32

“O piccola greggia, deh! più non temere, Ai Suoi Gesù dice nel santo Evangel (...)”

“Não temais, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino.”

Agora notem a lembrança que o verso 7 do Salmo 95 nos traz:

“Porque ele é o nosso Deus, e nós, povo do seu pasto e ovelhas da sua mão.”

No mesmo Salmo 95 encontra-se o refrão do “Adeste Fideles” – “Ó, vinde, adoremos (...)”,  que o utiliza de forma elegante, referindo-se ao Senhor Jesus, o Verbo que sendo Deus tomou a natureza humana para nossa salvação.

“Vinde, cantemos ao SENHOR! Cantemos com júbilo à rocha da nossa salvação! (...) Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos! Ajoelhemos diante do SENHOR que nos criou. Porque ele é o nosso Deus, e nós, povo do seu pasto e ovelhas da sua mão. (...)”


sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Spurgeon e o natal


Achei interessante a posição do pregador Charles Haddon Spurgeon (1834 - 1892) sobre a comemoração do natal. 

Por Projeto Spurgeon

"Essa é a época do ano quando, querendo ou não, estamos obrigados a pensar no
Charles Haddon Spurgeon 1834 - 1892
nascimento de Cristo. Considero que é uma das coisas mais absurdas debaixo do céu pensar que existe religião quando se guarda o dia de Natal. Não há nenhuma probabilidade que nosso Salvador Jesus Cristo tenha nascido nesse dia, e sua observância é puramente de origem papista – sem dúvida os que são católicos tem o direito de reivindicá-lo – mas não posso entender como os protestantes consistentes podem ter ele de alguma forma como sagrado. No entanto, eu desejaria que houvesse dez ou doze dias de Natal por ano – porque há suficiente trabalho no mundo e um pouco mais de descanso não faria mal ao povo trabalhador.

O dia de Natal é realmente uma benção para nós, particularmente, porque nos congrega ao redor da lareira de nossas casas e nos reunimos uma vez mais com nossos amigos. No entanto, ainda que não seguimos os passos das outras pessoas, não vejo dano algum em pensarmos na encarnação e no nascimento do Senhor Jesus. Não queremos ser classificados entre aqueles que:

"Colocam mais cuidado em guardar o dia de festa
De maneira incorreta
Que o cuidado que outros têm
para guardá-lo de maneira correta"

Os antigos puritanos faziam ostentação do trabalho no dia de Natal, só para mostrar que protestavam contra a observação desse dia. Mas nós cremos que protestavam tão radicalmente, que desejamos, como seus descendentes, aproveitar o bem acidental conferido nessa data, e deixar que os supersticiosos sigam com suas superstições."

Spurgeon ao começar o sermão numero 57

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Da serie paradoxos da vida cristã.

Por Jean Regina

Jean Regina
Creio que o ápice da relação do homem com Deus é quando não O impedimos de nos levar ao ponto onde possa nos usar. Este chamado para uma vida de relação perfeita com Deus deve ser exercido de maneira que as pessoas que nos rodeiam tenham um anseio por Deus, e não apenas uma admiração pela nossa própria pessoa. Deus não quer fazer de mim um exemplar perfeito de criatura; antes e mais que isso, quer fazer-me um com Ele.

Entendo que o paradoxo está no fato de que muitos de nós pensamos que o alvo do cristão é virar um santinho de museu. De que Deus quer fazer pequenas réplicas de perfeição. E isso faz com que distorçamos as coisas, sobre o que é relevante e o que é irrelevante nesta caminhada. A "vida cristã" é um eterno paradoxo. É apenas uma pequena reflexão sobre o modo de ver a santidade, do ponto de vista humano, e do ponto de vista de Deus.

Uma canção sobre o capítulo nove de Isaías

Uma Luz se viu
Danilo Souza, 2013

1. Onde havia trevas, uma Luz se viu;
Para resgatar-nos, essa Luz surgiu.
Ao Maravilhoso - Seja nossa devoção!

Coro: Ó Senhor Jesus, - És a nossa Luz
            Que a Deus Pai nos conduz.

2. Quais na ceifa, ante Deus se alegrarão
Seus amados, pois lhes deu a salvação.
Glória ao Conselheiro! - Glória ao nosso Redentor!

3. Foi quebrado o cetro do vil opressor,
Pois, resplandeceu a Luz, o Remidor.
A Jesus, Deus forte, - Seja a honra e gratidão!

4. Que alegria: “Um Menino nos nasceu!”
Por amor, Seu próprio Filho, Deus nos deu:
Pai da eternidade, - Cristo, o Príncipe da paz!